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Alvo de maior punição por apostas na Inglaterra dispara: ‘Paquetá deveria ser banido por 40 anos do futebol’; Veja

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Divulgação

Enquanto se prepara com a delegação da seleção brasileira para a disputa da Copa América, nos Estados Unidos, Lucas Paquetá vive a expectativa por uma decisão da Federação Inglesa sobre a acusação de supostas violações às regras de apostas esportivas.

O meia do West Ham, que foi alvo de investigação pelos últimos nove meses, foi formalmente acusado pelo órgão que regula o futebol na Inglaterra por má conduta em relação às supostas violações de regras sobre “intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas lucrarem”.

O caso de Paquetá tem sido acompanhado de perto por Kynan Isaac, atleta que recebeu nada menos do que dez anos de gancho em 2022 depois de receber deliberadamente um cartão amarelo em uma partida da Copa da Inglaterra.

“Você não pode me dar uma suspensão de dez anos por uma acusação e depois esperar que não diga nada se alguém com quatro destas mesmas acusações receber uma sentença menor. Como você poderia justificar isso?”, disse o agora ex-jogador de 31 anos ao portal The Athletic.

“Veremos o que farão com ele, se ele será considerado culpado. Será muito interessante ver se seguirão as mesmas diretrizes que estabeleceram. Peguei dez anos. É matemática básica: ele deveria pegar 40 anos e não voltar a jogar futebol. Vejo isso acontecendo? Provavelmente não”.

Após investigação, o então jogador do Stratford Town foi considerado culpado pelas acusações com o forte agravante de não cooperar nas investigações, e ainda ter praticado outras 347 apostas entre agosto de 2016 e novembro de 2021.

Além de identificar “hábitos e padrões” com diversas pessoas envolvidas nas apostas em que recebeu cartões amarelos, o processo da FA aponta ainda a ligação de Kynan Isaac às outras partes envolvidas, compondo o que o relatório final tratou como “evidência circunstancial” da ilegalidade para tratar o caso como manipulação de resultado.

Foram usados como agravantes para a punição a intencionalidade do atleta nos jogos, com o mesmo “padrão” de faltas duras (algumas delas, segundo a decisão, passíveis de expulsão), além de falta de cooperação de Isaac durante as investigações da FA.

“Será interessante ver o que acontecerá. Não desejo que ele seja banido, mas se me baniram por dez anos por uma única acusação, eles estabeleceram um precedente e certamente terão que continuar com essas mesmas diretrizes”.

“Vi alguns dos amarelos (que o Paquetá recebeu), são ridículos. Ele comete uma falta, levanta e corre atrás de outro jogador para fazer outra falta só para ter certeza de que receberá um cartão amarelo. É um acéfalo”.

Pai de dois filhos e agora instrutor de direção na cidade de Oxford, Kynan Isaac afirmou que não teve acompanhamento da associação que representa atletas ingleses, a PFA (Professional Footballers’ Association, em inglês).

“A PFA não entrou em contato comigo nenhuma vez”, disse. “Não me disse nada ou verificou minha saúde mental. O futebol sempre fez parte da minha vida. Terem isso tirado de mim foi uma perda enorme. Me deixou deprimido”.

“Estou deprimido, mas tenho dois filhos, então não posso me dar ao luxo de ficar sentado e sentir pena de mim mesmo”.

O que a Federação Inglesa alega na acusação?

Paquetá foi acusado pela Federação Inglesa de violação em duas regras que tratam sobre as apostas esportivas na Premier League.

A investigação apontou que o brasileiro forçou cartões amarelos deliberadamente em quatro partidas distintas para beneficiar apostadores.

“O jogador foi acusado de quatro violações da Regra E5.1 da FA em relação à sua conduta nos jogos do clube na Premier League contra o Leicester City, em 12 de novembro de 2022; Aston Villa em 12 de março de 2023; Leeds United em 21 de maio de 2023; e AFC Bournemouth em 12 de agosto de 2023”, apontou a FA em comunicado.

“Alega-se que ele procurou influenciar diretamente o andamento, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência nessas partidas, buscando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas lucrarem”.

“Lucas Paquetá também foi acusado de duas violações da Regra F3 da FA em relação a supostas falhas no cumprimento da Regra F2 da FA. O jogador tem até 3 de junho de 2024 para responder a estas cobranças, sujeito a qualquer pedido de prorrogação deste prazo”.

O que dizem as regras que Lucas Paquetá teria violado?

E5 (Integridade dos participantes em relação à competição)

“O participante não deverá, direta/indiretamente, tentar influenciar para propósito impróprio o resultado, progresso, conduta ou qualquer outro aspecto em conexão com o jogo de futebol ou competição”.

“O participante não deverá, direta/indiretamente, oferecer, concordar em dar, dar, solicitar, concordar em aceitar ou aceitar qualquer suborno, presente ou recompensa ou consideração de qualquer natureza que esteja ou possa parecer estar relacionado de alguma forma com:

  • o participante, ou qualquer outro participante, não apresentar o melhor desempenho possível; ou
  • que o participante ou qualquer outra pessoa (participante ou não), direta/indiretamente, busque influenciar para fim impróprio o resultado, progresso, conduta ou qualquer outro aspecto em conexão com um jogo de futebol ou competição”.

Falhas no cumprimento da Regra F2

“A Associação terá poder de monitorar o cumprimento por cada participante das regras, das leis do jogo, estatutos e regulamentos da Fifa e da Uefa, regras e regulamentos de cada competição a que um participante esteja sujeito e/ou averiguar qualquer incidente, fato ou assunto que possa constituir má conduta sob estas regras. Cabe à Associação determinar em seu absoluto critério a forma como conduz uma investigação”.

“No desempenho de suas funções, a Associação terá poder de exigir de qualquer participante mediante aviso razoável:

  • comparecimento para esclarecer dúvidas e fornecer informações em horário e local determinado pelo A Associação;
  • fornecimento à Associação de documentos, informações ou qualquer outro material de qualquer natureza detido pelo participante;
  • fornecimento à Associação de documentos, informações ou material de qualquer natureza não detida pelo participante, mas que o participante tenha o poder de obter.

F3 (Poderes de investigação da Associação)

“Qualquer falha por parte de um participante no cumprimento de qualquer requisito da Regra F2 pode constituir má conduta nos termos das Regras, e a Associação pode apresentar uma acusação ou acusações que considere adequadas”.

Quais os cartões sob suspeita?

Após nove meses de investigação, a denúncia feita pela FA se baseia em cartões recebidos por Lucas Paquetá em quatro partidas distintas do West Ham na temporada 2022/23 Premier League:

  • Leicester, em 12 de novembro de 2022;
  • Aston Villa, em 12 de março de 2023;
  • Leeds, em 21 de maio de 2023;
  • Bournemouth, em 12 de agosto de 2023;

O que pode acontecer com Paquetá?

Após a formalização da denúncia, Lucas Paquetá teve um prazo para apresentar defesa à Federação Inglesa, mas ainda não há uma data estipulada para a decisão final.

Mesmo que o regulamento da FA não preveja especificamente punição para um caso como o tratado na acusação contra Lucas Paquetá, o histórico de combate à manipulação nas apostas esportivas no futebol inglês sugere que, em caso de condenação, o brasileiro deverá enfrentar uma punição importante.

A entidade suspendeu recentemente dois atletas em casos famosos: Ivan Toney, do Brentford (oito meses), e Sandro Tonali, do Newcastle (dez meses). Ambos ficam impedidos de atuar após investigação que apontou a participação dos jogadores e portais de apostas.

Toney recebeu o gancho após nada menos do que 232 violações das regras de apostas.

Tonali teve a punição por violar o regimento “entre 40 e 50” vezes, sendo que as últimas já como atleta do Newcastle.

O polêmico Joey Barton foi suspenso por 18 meses após uma investigação que apontou 1.260 apostas feitas pelo inglês entre 2006 e 2016.

Mas as denúncias que recaem sobre Paquetá indicam quadro mais alarmante, uma vez que a FA trata o brasileiro como parte ativa da suposta manipulação.

Um caso similar ao do meia aconteceu em 2017, em partidas da Copa da Inglaterra, e acabou gerando uma suspensão de cinco anos pelas advertências. O jogador em questão foi Bradley Wood, lateral-direito hoje com 32 anos. Seu gancho total foi de seis anos, depois de ter sido acusado de infringir, no total, 25 regras disciplinares da FA.

Duas dessas 25 infrações são especificamente cartões amarelos que teriam sido tomados de propósito, assim como Paquetá é acusado – segundo a FA, o meia brasileiro é investigado no momento por até quatro advertências que teriam sido “forçadas” para supostamente beneficiar apostadores.

No caso de Wood, os lances aconteceram em janeiro e fevereiro de 2017, em duelos do Lincoln contra Ipswich Town e Burnley, respectivamente, ambos jogos da Copa da Inglaterra.

Na investigação e decisão pela punição da FA, os contextos dos amarelos foram considerados. Inclusive, “beneficiaram” Wood, já que as jogadas acabaram vistas como “normais”, qualquer outro atleta poderia receber um cartão naquelas mesmas circunstâncias, de propósito ou não.

Assim como Paquetá, que nega ter cometido qualquer infração às regras da FA tomando cartões de propósito, Wood seguiu o mesmo caminho em sua defesa. A investigação, contudo, foi além e obteve fortes indícios de que, sim, o lateral teve envolvimento com apostadores nas duas situações.

O caso mais impactante, contudo, foi o de Kynan Isaac, que recebeu um gancho total de 10 anos em 2022 depois de receber deliberadamente um cartão amarelo em uma partida da Copa da Inglaterra.

Após investigação, o atleta do Stratford Town foi considerado culpado com forte o agravante de não cooperar com as investigações e ainda ter praticado outras 347 apostas entre agosto de 2016 e novembro de 2021.

Além de identificar “hábitos e padrões” com diversas pessoas envolvidas nas apostas em que recebeu cartões amarelos, o processo da FA aponta ainda a ligação de Kynan Isaac às outras partes envolvidas, compondo o que o relatório final tratou como “evidência circunstancial” da ilegalidade para tratar o caso como manipulação de resultado.

Foram usados como agravantes para a punição a intencionalidade do atleta nos jogos, com o mesmo “padrão” de faltas duras (algumas delas, segundo a decisão, passíveis de expulsão), além de falta de cooperação de Isaac durante as investigações da FA.

ESPN

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