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Olimpíadas

Antes de faturar o bronze nas Olimpíadas, Noah Lyles conta que ‘tossiu a noite toda’ com Covid-19

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Favorito a ganhar o ouro na final dos 200 metros rasos, o velocista Noah Llyes cruzou a linha de chegada na terceira posição e, 30 segundos depois, o mais novo medalhista de bronze das Olimpíadas de Paris se deitou na pista do Stade de France. Resultado do esforço sobre-humano do estadunidense que correu a prova com Covid-19.

Em entrevista logo após a conquista, Lyles deu mais detalhes sobre os dias tensos que antecederam a prova que rendeu a segunda medalha dele nesta edição dos Jogos Olímpicos.

– Definitivamente afetou meu desempenho. Tive que fazer muitas pausas, fiquei tossindo a noite toda. Estou mais orgulhoso de mim mesmo do que de qualquer coisa, vindo aqui para ganhar um bronze com Covid. Fiquei bastante tonto depois daquela corrida. Falta de ar, dor no peito, mas depois de um tempo consegui recuperar o fôlego e me recompor – revelou o atleta.

Noah Lyles contou ainda que acordou no meio da noite de terça-feira, dois dias antes da prova, com calafrios, dores no corpo e de garganta e que a equipe dele receitou “o máximo de medicação que poderia legalmente para garantir que o corpo conseguisse manter o ritmo”.

– Eu já tinha um monte de energia. Este é, de longe, o melhor dia em que me senti dos últimos três dias. Ainda não estou 100%, mas estou mais perto de 90 a 95% – finalizou o velocista.

Mesmo com sintomas, o atleta dos Estados Unidos conquistou o bronze, mas terminou ofegante e precisou da cadeira de rodas para deixar a pista. Ouro nos 100m, a prova mais nobre do atletismo, o campeão olímpico buscava a dobradinha. Antes de entrar na pista, o velocista chegou a aparecer usando máscara, mas fez a prova sem o acessório e cumprimentou os adversários ao final.

Mais tarde, nas redes sociais, Noah Lyles anunciou que não vai correr o revezamento 4x100m nesta sexta-feira. “Foi o fim das minhas Olimpíadas”, escreveu ele.

Lyles completou a prova nesta quinta com o tempo de 19.70 segundos. Nos últimos 50 metros, o campeão Letsile Tebogo, do Botsuana, acelerou e o norte-americano não conseguiu acompanhar, já parecendo cansado.

Ao cruzar a linha de chegada, o jovem de 27 anos se mostrou extremamente ofegante. Tebogo fechou a prova em 19s46 e o americano Kenneth Bednarek em 19s62, para garantir a prata.

Lyles não demonstrou nada do cansaço antes da corrida. Com seu carisma habitual no aquecimento, acenou com o braço e pediu mais barulho à multidão. Quando foi apresentado na pista, ele pulou a barreira e saltou, a exemplo do que fez antes de vencer os 100m.

Diferente das Olimpíadas de Tóquio, cheia de protocolos para a Covid-19, Paris 2024 não tem nenhum protocolo para casos da doença. Cabe a equipe do atleta decidir se ele tem condições ou não de competir.

– O Covid, não só aqui na França, está sendo tratada como qualquer doença respiratória. Tem sido tratada como uma gripe agora, então não há nenhuma obrigação de medida ou notificação especiais. Os comitês nacionais e os atletas tomaram as medidas que julgaram apropriadas. No desembarque, vi algumas delegações chegando de máscara, então só podemos dizer que as políticas gerais foram seguidas – comentou o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, em entrevista coletiva nesta sexta.

O estadunidense venceu todas as corridas de 200 metros que disputou entre a final das Olimpíadas de Tóquio e a semifinal de quarta-feira, quando começou devagar e terminou em segundo lugar. Noah Lyles tentava se tornar o primeiro homem desde Usain Bolt em 2016 a completar uma dobradinha nos 100m e 200m no atletismo dos Jogos Olímpicos.

Na infância, o norte-americano passou por problemas respiratórios relacionados a asma grave, frequentemente passando noites no hospital viciado em um nebulizador. Ele chegou a ter crises quando adulto, mas nunca afetaram de forma significativa seu desempenho nas competições.

GE

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