Já estamos a seis dias da primeira corrida da temporada 2023. E com o fim da pré-temporada da Fórmula 1, realizada mais uma vez no circuito construído em meio ao deserto de Sakhir, mesmo local da abertura do campeonato, o GP do Bahrein, no próximo sábado, as primeiras respostas começam a chegar. É claro que cravar resultados com base nos testes quase nunca é uma boa medida, mas eles servem dar um indicativo da relação de forças ao menos no início do campeonato. Se os tempos não mostram muita coisa, o tempo de pista e, sobretudo, as reações de pilotos e equipes são essenciais para entender a pré-temporada. E com pouquíssimas mudanças no regulamento técnico em comparação aos últimos dois anos, dificilmente o panorama de domínio da RBR deverá se alterar. A equipe austríaca segue como a favorita para 2024. Mas as respostas concretas só encontraremos mesmo a partir da quinta-feira, com os primeiros treinos livres do ano.
É sempre bom lembrar que avaliações de desempenho sempre são complicadas na pré-temporada. Afinal, as equipes têm programas de desenvolvimento dos carros completamente distintos. Nunca dá para saber exatamente quando os carros estão de tanque cheio, por exemplo. Ou com limitação de potência nos motores. Ou ainda testando peças novas nos carros. Por isso, os tempos de volta servem apenas como um dos parâmetros de avaliação, mas nunca é o mais importante deles. Para isso, é só ver um exemplo destes testes no Bahrein: a quarta melhor volta no acumulado dos testes foi marcada pelo chinês Zhou Guanyu, da Sauber, equipe que foi apenas a nona no Mundial de Construtores de 2023. E sempre é bom relembrar aqueles clássicos momentos dos testes da década de 1990, quando times menores andavam abaixo do peso mínimo do regulamento para marcar bons tempos e conseguir um patrocinador que asseguraria o ano. Nem tudo o que reluz é ouro.
Um parâmetro que não costuma enganar nos testes é a quilometragem dada por cada equipe. Quanto mais voltas, maior é a confiabilidade do carro. E os testes do Bahrein tiveram condições climáticas muito próximas das que serão encontradas nas duas primeiras corridas do campeonato em 2024, sob o forte calor do deserto de Sakhir e também em Jeddah, na Arábia Saudita. Muitas voltas e muitos quilômetros significam uma boa confiabilidade para o início da temporada. Nesta semana, quem liderou este ranking foram duas equipes com motores Ferrari: a Haas, última colocada em 2023, e a própria Ferrari, que busca reagir neste ano. Em seguida veio a bicampeã RBR, com o motor Honda Red Bull Powertrains. A Mercedes gastou parte da sexta-feira para mudar a montagem da suspensão dianteira, não andou tanto, mas está confiante. E a McLaren mais uma vez andou pouco nos testes, assim como em 2023, mas não parece preocupada com a evolução do carro (tabela abaixo).