Ganhar do Leipzig, na Alemanha, parecia inicialmente mais difícil do que o Manchester City vencer o Copenhague, na Dinamarca.
Foi parecido, porque os dois melhores times da Europa, neste momento, venceram como visitantes.
Mas o Real Madrid tinha o desfalque de Bellingham, seu melhor jogador.
A comparação City x Real Madrid não faz sentido agora. Deixemos para junho, quando chegarem à final, ou a maio, se repetirem a semifinal da temporada passada.
Fato é que o Real Madrid jogou com enorme segurança, como é seu costume. Sofreu um pouco no primeiro tempo, com três finalizações certeiras do Leipzig. Melhorou no segundo, com o gol de Brahim Díaz, aos 3. Vinicius Junior chutou na trave, aos 27.
O Real Madrid é impressionante. Em 2018, foi tricampeão consecutivo da Champions League, seu 14o troféu.
Pela primeira vez na história do torneio, uma mesma equipe, com os mesmos onze titulares, ganhava dois anos seguidos a principal competição europeia: Navas, Carvajal, Varane, Sergio Ramos e Marcelo; Casemiro, Kroos e Modric; Isco, Benzema e Cristiano Ronaldo.
No mês seguinte, Cristiano rompeu com o Real e se transferiu para a Juventus. A Juve nunca mais chegou à final da Champions e o Real Madrid começou sua revolução silenciosa.
O coadjuvante Benzema tornou-se protagonista. Vinicius Junior, o garoto, virou seu coadjuvante. Assim, três anos depois da saída de Cristiano, o Real Madrid tinha uma nova equipe, campeão da Champions com Benzema brilhante e Vinicius autor do gol do título.
Hoje, Bellingham virou o protagonista, mas Vinicius foi o craque do jogo contra o vice-líder, Girona. E, na Champions, Brahim Díaz substitui Bellingham e faz o gol da vitória sobre o Leipzig.
Em oito partidas na temporada, sem o meia inglês, craque do time, Brahim foi o substituto em todas e o Real não perdeu nenhuma.
Sem Courtois, machucado, o ucraniano Lunin salvou três jogadas que pareciam gols certos dos alemães.
Sem Rudiger, Alaba e Militão, machucados, Tchouaméni joga improvisado como zagueiro e é arrasador.
O Real Madrid, dos garotos Vinicius Junior e Rodrygo já tem um pé nas quartas de final.
Sua reforma silenciosa constrói o provável melhor time da Europa.