foto: Pedro Martins
Dois anos e três meses depois de errar em um domínio de bola na final da Copa Libertadores da América-2021, entregar o título continental de mãos beijadas para o Palmeiras e sepultar sua permanência no Flamengo, Andreas Pereira está de volta à seleção brasileira.
O meia de 28 anos é uma das novidades da primeira convocação de Dorival Júnior para a equipe canarinho. Anunciada ontem, a lista escalou 26 jogadores para os amistosos contra Espanha e Inglaterra, nos dias 23 e 26 de março, respectivamente.
A segunda convocação da carreira do meia, que estreou com a amarelinha em um jogo contra El Salvador, lá em 2018, e nunca mais havia sido chamado, coroa seu processo de reconstrução iniciado logo depois da falha na Libertadores e concluído com uma temporada de destaque no Fulham.
Volta à Europa
Após a falha na decisão da Libertadores, Andreas ainda teve um semestre de bom futebol no Flamengo. No começo de 2022, ele foi um dos poucos destaques individuais do time que patinava nas mãos de Paulo Sousa.
Por conta desse bom desempenho, o time carioca sentou para negociar com o Manchester United sobre a possibilidade de estender a permanência do jogador no Brasil após o fim do seu empréstimo.
Só que a diretoria rubro-negra achou que os cerca de 10 milhões de euros (R$ 53,6 milhões) exigidos pelos “Red Devils” pelos direitos econômicos do meia eram um investimento muito pesado para alguém que já estava marcado negativamente na história do clube.
Enquanto o Flamengo deixou passar a oportunidade, o Fulham pagou para ver. Por 9,5 milhões de euros (R$ 51 milhões), praticamente a pedida inicial do United, contratou o brasileiro assim que ele retornou à Europa.
Craque do time
Andreas foi alçado logo de cara ao posto de craque de um time que havia acabado de retornar à Premier League, a primeira divisão do Campeonato Inglês.
Em sua primeira temporada na nova casa, balançou as redes do poderoso Manchester City e terminou empatado com o também brasileiro Willian (ex-Chelsea e Corinthians) no posto de maior “garçom” do elenco, com seis assistências.
Em 2023/24, mesmo com mais dois meses e meio de futebol pela frente, o camisa 18 já igualou esse número de passes para gol. Mais uma vez, é ele quem lidera o ranking desse fundamento.
A ótima fase rendeu a Andreas um convite para jogar pela Bélgica, país onde nasceu e que defendeu até a categoria sub-17. Mas o meia recusou essa alternativa e decidiu esperar por uma nova chance na seleção brasileira, que não demorou para chegar.
Vida nova
A contratação de Dorival Júnior e os amistosos contra duas potências europeias marcam uma tentativa da CBF de dar vida nova à seleção brasileira depois de um 2023 que foi simplesmente desastroso.
No ano passado, a única equipe pentacampeã mundial foi dirigida por dois treinadores interinos diferentes (Ramón Menezes e Fernando Diniz), recebeu uma esnobada de Carlo Ancelotti e acumulou mais derrotas (cinco) do que vitórias (três), um feito dos mais raros na sua história.
Por conta desse início de ciclo bem abaixo da expectativa, o Brasil ocupa somente a sexta colocação nas eliminatórias sul-americanas, justamente a última que dá vaga direta para a Copa do Mundo-2026. A próxima rodada do qualificatório será disputada só no começo de setembro.