Jozzu/Agência Corinthians
O Corinthians se comprometeu a pagar R$ 25,2 milhões a um intermediário pelo acordo costurado com a casa de apostas VaiDeBet pelo patrocínio máster da equipe. O valor representa 7% do montante líquido do contrato, a qual a agência Gazeta Esportiva teve acesso e cópia.
O documento exclui qualquer relação ou obrigação de pagamento da VaiDeBet ao intermediário. Nele, o Timão assume o vínculo e a responsabilidade pelos pagamentos de R$ 700 mil mensais até o fim de 2026.
A parceria do clube com a empresa de apostas tem prazo de três temporadas inteiras e deve render, ao final, R$ 360 milhões, valor que cairá na conta do time do Parque São Jorge em parcelas mensais de R$ 10 milhões.
A empresa citada como intermediário do negócio é a Rede Social Media Design LTDA, que está registrada como empresa de pequeno porte, com capital social de R$ 10 mil, com data de abertura em 27 de janeiro de 2021. A sede da empresa é uma casa, que fica no bairro de Alto de Pinheiros, em São Paulo.
O sócio-administrador da Rede Social Media Design LTDA é Alex Fernando André, também conhecido como Alex Cassundé.
Alex foi inserido na equipe de campanha de Augusto Melo durante período eleitoral do clube, por indicação de Sérgio Moura, atual superintendente de marketing do Corinthians.
Por meio de nota oficial enviada à Gazeta Esportiva, o Corinthians explicou que Sérgio Moura não poderia atender ao pedido de entrevista feito pela reportagem. Ainda assim, o clube confirmou que Alex Fernando André trabalhou na campanha eleitoral e que chegou à equipe de Augusto Melo por meio de Sérgio Moura. A gestão, entretanto, negou que a sede da empresa tenha sido usada como uma das bases físicas do grupo de campanha.
Sobre a necessidade e aceitação da participação de um intermediário para a consumação do negócio, o clube respondeu o seguinte:
“O presidente Augusto Melo tem reiteradamente afirmado que novos negócios são bem-vindos ao Corinthians e os responsáveis por essas transações poderão receber comissão segundo normas e valores legitimamente reconhecidos pelo mercado“.
Multa rescisória
O acordo entre Corinthians e VaiDeBet estipula a multa rescisória, para qualquer uma das partes, em 10% do valor total do contrato, calculada proporcionalmente ao tempo não cumprido.
Isso significa que a multa neste mês de abril, por exemplo, é de R$ 31 milhões, pois o clube já recebeu R$ 50 milhões da empresa por meio das parcelas mensais de janeiro, fevereiro, março e abril, além do adiantamento da última parcela do contrato.
Ao fim deste primeiro ano de parceria, a multa, portanto, será de R$ 23 milhões, e continuará caindo proporcionalmente.
Dívida com a PixBet
Para viabilizar a parceria com a VaiDeBet, o Corinthians rompeu o vínculo que tinha com a PixBet. A decisão pela quebra deste contrato, obrigou o clube a assumir o pagamento de uma multa de R$ 20 milhões e também a devolução do valor proporcional das “luvas”, o que gerou uma nova despesa de mais R$ 20 milhões.
Após a PixBet levar o caso à Justiça e bloquear valores das contas corintianas, o clube chegou a um acordo de parcelamento para sanar o problema, mas teve de assumir honorários e juros. Com isso, a dívida com a PixBet subiu para R$ 44,1 milhões.
Fora os R$ 4 milhões com honorários, o Corinthians se comprometeu a dar uma entrada de R$ 6 milhões à PixBet e depositar por 11 meses parcelas de R$ 3,1 milhões.
Em nota oficial enviada à Gazeta Esportiva, o Timão se manifestou sobre a comparação entre os valores a serem pagos à PixBet e a multa rescisória do contrato com a VaiDeBet:
“O valor da rescisão da Pixbet englobou um valor de multa e outro de adiantamento recebido (além de honorários judiciais), dentro da regra de proporcionalidade, ou seja, de tempo remanescente do contrato. Também se aplica a regra de proporcionalidade em relação à cláusula rescisória do contrato com a VaiDeBet, sendo que atualmente o valor desta multa é superior ao que era a da PixBet“.
ESPN.