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Diniz completa dois anos de Fluminense tendo que superar terceira grande crise no clube

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Um dia depois de completar dois anos no FluminenseFernando Diniz volta a comandar sua equipe nesta quarta-feira (1º), às 16h (de Brasília) em partida contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Brasil.

A partida, que poderia ter clima de descontração pela celebração do retorno, tem contornos de tensão. Afinal, o treinador e o clube vivem o pior momento desde seu retorno em 30 de abril de 2022 – fato admitido pelo próprio Diniz.

“Desde 2022, quando eu cheguei, a gente nunca errou tanto quanto agora. E com o tempo que a gente está jogando, esses erros eram para estar cada vez mais diminuindo e não aumentando”, disse em coletiva depois de derrota para o Corinthians.

Na temporada 2024, são 18 jogos do Flu sob o comando de Diniz, com seis vitórias, seis empates e seis derrotas, com 19 gols marcados e 22 sofridos. Agora, o treinador trabalha para deixar as conquistas da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Recopa no passado para tentar dar a volta por cima.

“Uma outra coisa é saber que passou Libertadores, Recopa. Que o ano de 2024 urge, o Brasileirão é muito difícil, Libertadores e Copa do Brasil tão difíceis quanto, jogos que não tem margem para errar. Os campeonatos são todos difíceis, e a gente precisa melhorar bastante, principalmente, não errar coisas tão simples na construção e ser mais consistentes”, afirmou o próprio.

Crise não é novidade para o treinador

Apesar de viver um momento muito conturbado, Diniz está acostumado a ter altos e baixos no comando do Tricolor. Na atual passagem, esse é o terceiro momento de críticas mais duras – e ele conseguiu superar os outros dois.

O primeiro momento de instabilidade foi ainda no primeiro ano, em 2022, após a partida de ida da semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians. Apesar de ter conquistado uma emblemática vitória sobre o Flamengo, o treinador viveu 10 jogos sob críticas, contando com a queda no mata-mata nacional e uma sequência de três derrotas seguidas.

Ao todo, o time teve três vitórias, dois empates e cinco derrotas no período, marcando 13 gols e sofrendo 16. Era um período de crise defensiva do time. As transições e a bola aérea se tornavam um problema, com o lado esquerdo sofrendo muito pela falta de pressão.

Naquele momento, Diniz sacou Caio Paulista do time titular e fez diversos testes com Calegari (3 jogos) e Cristiano (2 jogos). Na reta final, a grande solução surgiu quase sem querer: Alexsander, jovem volante que entrou improvisado na lateral no segundo tempo contra o São Paulo e não saiu mais do time. Além disso, Yago Felipe substituiu Matheus Martins, com uma mudança de esquema que fez Jhon Arias conseguir ajudar ainda mais o corredor esquerdo.

Nos sete jogos finais, já com as mudanças, foram seis vitórias e um empate, com 15 gols marcados e apenas três sofridos. Uma arrancada que confirmou a classificação direta para a fase de grupos da Libertadores do ano seguinte.

Já em 2023, a crise também foi em um período de queda na Copa do Brasil, mas dessa vez nas oitavas de final para o Flamengo. O jogo de ida marcou o início do pior período do Fluminense na temporada. Naquele momento, o time sofria com a perda de titulares importantes: Marcelo, Alexsander e Keno.

Sem os jogadores, Diniz teve que fazer diversos testes em seu time e acabou sofrendo demais com o volume e a eficácia ofensiva do time. Em 12 jogos, o time venceu apenas dois e perdeu seis, com oito gols marcados e 15 sofridos.

A seca melhora quando Marcelo e Keno voltam ao time titular. Nos 12 jogos seguintes, viu sua eficiência no ataque melhorar consideravelmente. Ao todo, foram 19 gols marcados e 10 sofridos, com sete vitórias e somente duas derrotas. O maior beneficiado foi Germán Cano. No período de crise do time, foram dois gols marcados. Na sequência seguinte, foram sete.

Agora, desde a conquista da Recopa, foram 10 jogos, com apenas duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas, tendo 10 gols marcados e 16 sofridos. Segundo análise do próprio Diniz, os erros na primeira fase de construção têm sido determinantes, entre outras questões. Resta saber como o treinador conseguirá reverter mais esse período negativo.

Passagem é marcada por volta por cima e título histórico

Tendo passagem apagada em 2019, Diniz retornou ao Fluminense sob a sensação de que estava assumindo a equipe para terminar algo inacabado. Apesar de resultados ruins, muitos defendiam que o treinador não tinha culpa e que havia uma evolução na equipe.

Logo nos primeiros jogos de 2022, o Fluminense conseguiu atuações convincentes, caindo nas graças da torcida, que viveu momentos emocionantes e grandes atuações na temporada. A ida até a semifinal da Copa do Brasil e a 3ª posição no Brasileirão eram um sinal de que o melhor ainda estava por vir.

2023 começou e, nos primeiros meses, o título do Carioca chegou para dar ainda mais moral ao treinador: 4 a 1 sobre o Flamengo na final com atuação histórica em um Maracanã lotado.

Poucas semanas depois, no mesmo palco, a vítima da vez foi o River Plate. O incrível 5 a 1 era o ápice do ‘Dinizismo’, que mostrava mais uma vez que chegava de vez para incomodar os gigantes.

Entre altos e baixos, o time chegou de forma épica na final da Libertadores, com o Maracanã presenciando a histórica vitória por 2 a 1 sobre o Boca Juniors sagrar o Tricolor campeão da América pela primeira vez.

O time ainda seria vice no Mundial de Clubes com uma decepcionante goleada por 4 a 0 do Manchester City e conquistaria a Recopa com virada sobre a LDU. Agora, a torcida vive a espera de um novo recomeço sob o comando de seu treinador para retomarem o caminho das vitórias.

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