(Foto: Gabriel Bouys/AFP)
A ginasta Jordan Chiles, que teve a medalha das Olimpíadas de Paris retirada pelo CAS, entrou com um recurso na justiça comum para reaver o bronze da prova do solo. Com esta ação, a estadunidense vai apelar para uma instância fora da esfera esportiva. O pódio da prova da ginástica artística conta ainda com Simone Biles em segundo e Rebeca Andrade em primeiro.
A maior “novela” das Olimpíadas de Paris parece não ter fim. Após uma série de recursos feitos pela romena Ana Barbosu, que herdou o terceiro lugar de Chiles, agora é a vez da norte-americana usar os meios possíveis na disputa judicial. No dia da prova na capital francesa, foi Jordan que subiu ao pódio ao lado de Rebeca Andrade e Simone Biles – as duas ginastas americana chegaram a reverenciar a brasileira na cerimônia de medalhas. A americana, inclusive, demonstrou durante um evento após os Jogos, que se sentia devastada pela perda da medalha.O argumento usado pelos advogados de Chiles, é que os vídeos da prova mostram, com clareza, que não houve irregularidade durante o pedido de revisão da nota feito pela comissão técnica dos EUA. De acordo com os advogados, as imagens não foram levadas em consideração pelo CAS. Além disso, eles também apontam conflito de interesses do presidente do julgamento no tribunal, Hamid Gharavi, por ter atuado como advogado da Romênia durante 10 anos.
Entenda o caso
Jordan Chiles foi a última ginasta a se apresentar na prova do solo da ginástica artística nos Jogos de Paris. Antes da estadunidense se apresentar, Rebeca Andrade e Simone Biles eram a primeira e segunda colocada, respectivamente, e Ana Barbosu em terceiro com uma nota 13,700.
Após a apresentação, Chiles recebeu um 13,666, o que a deixaria apenas na 5ª colocação, atrás das duas romenas, ambas com 13,700. A comissão técnica dos Estados Unidos pediu a revisão do desempenho de Chiles – com o pedido acatado, a nota da ginasta subiu para 13,766, deixando Ana e Sabrina fora do pódio. O recurso gerou polêmica durante a competição e houve reclamação de boicote por parte da delegação romena.
A Federação da Romênia de Ginástica entrou com recurso no CAS alegando que o pedido feito pela comissão estadunidense era irregular, o que foi acatado. De acordo o tribunal, os EUA pediram a revisão após o tempo permitido pelo regulamento, que é de um minuto a partir da divulgação da nota de cada ginasta.
Com a decisão, Chiles voltou a ter a nota de 13,666, ocupando a 5ª posição da prova. Além disso, Ana Barbosu retornou ao pódio com a medalha de bronze e uma nota de 13,700 – a mesma de Sabrina Maneca-Voinea, mas que ficou na 4ª colocação pelo critério de desempate.