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Mais uma pauta que a imprensa levanta para criticar John Textor, acionista da SAF do Botafogo. Em live no “UOL” nesta sexta-feira (19/7), o jornalista Paulo Vinicius Coelho reclamou de o empresário norte-americano não falar português em conversa com dirigentes no sorteio das oitavas de final da Copa do Brasil-2024, realizado na última quinta na CBF, no Rio de Janeiro.
– Eu confesso que estou incomodado, e pode ser um incômodo tolo, mas acho que tem um ponto de o Textor entrar no Brasil de uma maneira em que possa nessas rodas as pessoas não se sentirem obrigadas a falar com ele em inglês. Vamos para a Inglaterra e falamos inglês evidentemente, nos Estados Unidos também. Mas depois de dois anos brincávamos com Sampaoli, que aprendeu a falar tudo em português e espanhol, menos “bom dia”, “por favor” e “muito obrigado”. Textor fala “good morning”, “please” e “thank you”. E as pessoas respondem. Em uma conferência na Confederação Brasileira de Futebol onde o idioma oficial é o português. O (presidente do Flamengo Rodolfo) Landim tem uma frase que diz que o único que conversa com o Textor em bom inglês é ele próprio – argumentou PVC.
– Pergunta se ele fala inglês em Paris. Na reunião da Ligue 1 (Campeonato Francês), vai falar inglês também? Ou vai falar em francês? Cara, é inacreditável isso, com todo o respeito. Entrevistei o Textor, conversei em inglês, no meu país, perfeito. Só entendo que em uma reunião da CBF um presidente de um clube deve se preparar para falar o idioma oficial da entidade que ele visita. Se eu for na Fifa tenho que falar o inglês, francês ou espanhol. É uma implicância, mas passamos dois anos enchendo o saco do Sampaoli que não sabia uma palavra em português, com Textor não falamos nada? Todo mundo fala inglês com o Textor. Nós somos gentis, hospitaleiros, sempre fomos. Se eu encontrar uma pessoa (estrangeira) perdida na esquina, vou dizer em inglês como chega onde quer chegar. Mas, agora, são dois anos dele no Brasil – criticou.
PVC ainda pediu a palavra para explicar melhor seu posicionamento.
– Só para deixar claro. São duas coisas distintas. Quando Textor vai se comunicar publicamente, acho pertinente falar inglês. Porque o presidente do Botafogo pode ter uma palavra equivocada que gere distúrbio na imprensa, ruído, é natural que fale inglês por dominar o idioma. Mas depois de dois anos quando vai em uma entidade formal tem que ter um esforço para falar em português. Assim como se for em festa na Barra da Tijuca ou na Lapa vai se comunicar falando um pouquinho de português. Me causa incômodo ser brasileiro e perceber que vou sempre falar a língua do visitante. Nós somos hospitaleiros. Meu incômodo é perceber que depois de dois anos isso é quase subserviência nossa, não no primeiro dia. Porque parece que ele não tem nenhuma necessidade de aprender a falar português nas comunicações institucionais. Podia ter um esforço – completou.
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