Photo by Thiago Ribeiro/AGIF/Sipa USA
O atacante Gabigol foi julgado Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD), nesta segunda-feira (18), mas a decisão final não aconteceu. O pleito ouviu os depoimentos, mas, depois de mais de cinco horas de sessão, preferiu adiar a batida do martelo para daqui a uma semana. O fato ocorreu em abril e é de conhecimento público desde janeiro.
O julgamento foi repleto de problemas pequenos, longos depoimentos e cansaço por parte de todos. A Trivela ouviu uma fonte que esteve presente no local, que confirmou a expectativa pela absolvição do centroavante do Flamengo. Vale lembrar que se não fosse a indisciplina do atleta, a tentativa de fraude sequer estaria em pauta, já que o atleta não testou positivo para substâncias ilícitas.
O que aconteceu no julgamento
Gabigol está sendo julgado no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que consta: “Fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle”. Como era de grande escala, o julgamento ouviu oito depoimentos, entre examinadores, funcionários do Flamengo e o próprio Gabigol. Márcio Tannure, chefe do departamento médico do clube, por exemplo, se fez presente.
Quem também pareceu ao Tribunal foi o vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, que acabou sendo impedido de acompanhar a sessão, por não representar nenhuma parte envolvida. Vale lembrar que o dirigente apresentou a primeira defesa de Gabigol contra a acusação. Nesse momento, o camisa 10 é representado pelo advogado Bichara Neto.
Depois de mais de cinco horas de pleito, os envolvidos decidiram adiar os esclarecimentos finais do caso para a próxima segunda-feira (25). A sessão, assim como a primeira, será movida de maneira remota.
Relembre o caso
No dia 08 abril de 2023, uma equipe da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) chegou ao Ninho do Urubu para um exame surpresa, que, pelo nome, costuma ocorrer sem aviso prévio. Todos os selecionados fizeram o processo sem mais delongas, menos Gabigol, que reclamou bastante. É possível afirmar, sem medo de errar, que o atacante dificultou o trabalho dos examinadores.
Relatos apontam que Gabigol demorou horas para se apresentar e realizar o exame. Ele teria ignorados a equipe que estava no Ninho do Urubu até depois do almoço, sendo que o treino foi realizado pela manhã. O atacante também não seguiu as instruções indicadas, tentou realizar o processo sem ser visto, algo que é contra as regras, e se irritou quando foi acompanhado.
Gabigol recebeu os primeiros indícios de que seria acusado por tentativa de fraude quase dois meses depois, no fim de maio. O vice-geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, apresentou a defesa do atacante logo depois.
“Não houve qualquer erro de procedimento do atleta na entrega do frasco após a coleta do material (…) Acaso a entrega do frasco estivesse em desacordo com as normas técnicas e de segurança, caberia ao Oficial de Controle de Dosagem recusar e exigir uma nova coleta, o que não foi feito”, escreveu Dunshee.
Fica a lição para as próximas
Todo mundo sabe que Gabigol é um jogador de personalidade forte. A torcida adora esse estilo irreverente dentro de campo, sempre defendendo os interesses do Flamengo, mas, fora dele, é preciso ter um pouco mais de sociabilidade. Como mencionado, é claro e cristalino que o atacante não teria sido acusado de tentativa de fraude se tivesse se comportado de maneira correta durante o exame.
Por conta desse modus operandi, Gabigol se tornou um jogador marcado dentro de campo, seja pela arbitragem ou pelos adversários, e, agora, esse episódio confirma a expansão para um novo campo. É preciso ter mais inteligência, já que o nome do camisa 10 é o mais importante dessa atual geração e, sem dúvida, gera muito engajamento na mídia.
Com a absolvição, Gabigol seguirá treinando normalmente no Ninho do Urubu, visando a final do Campeonato Carioca. O Flamengo enfrentará o Nova Iguaçu no dia 31 de março, um domingo, no Maracanã. O horário ainda não foi definido pela Ferj.
