(Foto: MOHD RASFAN / AFP)
Quando os carros alinharam no grid de largada do GP de Singapura, disputado no último fim de semana, uma estratégia diferente das demais chamou atenção entre os pilotos. Em todo o top-10, Lewis Hamilton foi o único a optar por pneus macios na largada, o que causou surpresa antes da corrida começar. O inglês, que largou em terceiro, viu o plano dar completamente errado e terminou em sexto, e a Mercedes reconheceu que foi um erro optar pela borracha mais veloz e sensível da Pirelli.
Diretor-técnico da Mercedes, James Allison explicou o que a equipe tinha em mente quando optou pelo composto macio, mas pediu licença para admitir que a estratégia seria diferente se o time pudesse “voltar no tempo”. Segundo ele, o plano era ganhar posições na largada, o que não aconteceu.
“Antes de explicar, só queria começar dizendo que não deveríamos ter largado com pneus macios”, admitiu Allison. “Foi um erro. Se pudéssemos voltar no tempo, faríamos o que aqueles que estavam ao nosso redor fizeram: escolheríamos os médios”, garantiu o diretor-técnico da esquadra prateada.
“A razão foi que o pneu macio, muitas vezes, permite a você disparar na largada e aumenta as chances de ganhar uma posição ou duas nas primeiras voltas da corrida”, explicou.
Hamilton até emparelhou com Max Verstappen, o segundo, na primeira curva, mas o neerlandês fez jogo duro e segurou a posição com os pneus médios. A partir daí, Lewis seguiu em terceiro e, pela sensibilidade do pneu, precisou parar antes dos demais. Com uma grande diferença de desgaste para os outros até o fim, acabou ultrapassado por Oscar Piastri, George Russell e Charles Leclerc.
“Não tínhamos expectativas reais, antes da corrida, de que sofreríamos as dificuldades que tivemos com os macios. Imaginamos que tiraríamos o lado bom deles. Não conseguimos, e passamos a torcer para que o lado ruim dos macios, o fato de ser frágil, não fosse particularmente ruim para nós”, destacou.
“O ritmo começa muito devagar em Singapura, e os pilotos vão construindo esse ritmo ao longo de muitas voltas, deixando os macios totalmente tranquilos para andar relativamente bem até a janela de paradas. Mas não conseguimos ganhar posições na largada”, lamentou.
Segundo Allison, a estratégia tratou-se de um “erro claro” e teve o efeito de acabar com a corrida de Hamilton. Russell, que iniciou uma posição atrás com pneus médios, ganhou um posto em relação ao grid de largada e terminou em quarto.
“O ritmo começou a subir, e isso deixou Lewis com um carro que ele não estava particularmente feliz, sofrendo com muito desgaste e precisando parar cedo como consequência. Isso foi um erro claro e arruinou sua corrida”, cravou Allison.
A Fórmula 1 agora faz longa pausa e retorna de 18 a 20 de outubro em Austin, Estados Unidos, início da perna americana da temporada 2024.