Nem mesmo os grandes heróis do futebol sul-americano conseguem driblar a passagem do tempo. Com a aposentadoria no horizonte, a Copa América de 2024 nos Estados Unidos pode ser a última para astros como Lionel Messi, Luis Suárez, Arturo Vidal e Ángel Di María.
Mas esses não são os únicos atletas que poderão disputar o torneio (que será realizado de 20 de junho a 14 de julho) pela última vez: outros, de igual renome, não foram convocados para o que certamente teria sido a taça do adeus.
Despedida de Messi?
“Enquanto me sentir bem e puder continuar contribuindo, vou (continuar jogando pela Argentina). A única coisa em que penso hoje é chegar à Copa América.”
A frase foi dita por Messi no documentário “Campeones, un año despues” (Campeões, um ano depois), lançado em dezembro.
O camisa 10 completará 37 anos no dia 24 de junho, em pleno torneio, joga numa liga considerada menor (a americana MLS) e já não tem a explosão de antes.
Ele não nega que gostaria de participar da Copa do Mundo de 2026, mas tem consciência de que até lá estará em uma idade que “normalmente não é suficiente” para disputá-la.
Se há dúvidas sobre sua presença para defender o título no próximo Mundial, elas são muito maiores para a próxima Copa América, que será realizada em 2028, quando ‘La Pulga’ estará fazendo 41 anos.
Fim do ciclo para Di María
Seu grande parceiro na ‘Albiceleste’, que nos Estados Unidos defenderá o título conquistado na Copa América do Brasil-2021, não deu asas à imaginação: “É a Copa América e acabou, é a última coisa”.
Aos 36 anos, Ángel Di María encerrará sua brilhante carreira na seleção de seu país ao final da competição.
Sem ‘El Fideo’, Messi continuaria a ser uma carta experiente para os tricampeões mundiais que apostam no talento de jovens como Julián Álvarez e Alexis Mac Allister.
Marcelo Moreno, maior artilheiro da história da Bolívia (31 gols), e o uruguaio Edinson Cavani, de 37 anos, tiveram a mesma contundência em relação ao futuro.
O boliviano, de 36 anos, pendurou as chuteiras em dezembro e o uruguaio, segundo maior artilheiro da história da ‘Celeste’ (com 58 gols), anunciou sua aposentadoria da seleção em maio.
Hora de guardar a pistola
Antes da estreia do Uruguai na Copa América de 2021, quando tinha 34 anos, Luis Suárez anunciou que aquela edição seria sua última. Mas agora, aos 37, ele está de volta à sua seleção para o torneio de 2024 que, sim, poderá ser o da sua despedida.
“Seria o final perfeito para a carreira que tive na seleção”, disse ele em fevereiro, hoje com 37 anos, quando questionado sobre a competição que será disputada nos Estados Unidos.
Com Marcelo Bielsa no comando, ‘El Pistolero’ (68 gols) buscará ampliar sua vantagem sobre Cavani como maior artilheiro da ‘Celeste’ e conquistar o 16º título da competição, para superar a Argentina (15) como seleção mais vezes campeã na história do torneio.
Outros veteranos, também maiores artilheiros de suas respectivas seleções, também se aproximam da aposentadoria: o peruano Paolo Guerrero (40 anos, 40 gols), o colombiano Falcao García (38 anos, 36 gols), o chileno Alexis Sánchez (35 anos, 51 gols) e o venezuelano Salomón Rondón (34 anos, 41 gols).
Com exceção de Falcao, que não foi convocado por Néstor Lorenzo, os demais estarão nos Estados Unidos. O técnico argentino tampouco convocou outro colombiano experiente: o ponta Juan Guillermo Cuadrado, de 36 anos.
‘Rey’ deposto
O meia Arturo Vidal, de 37 anos, vive situação parecida com a de Falcao: Ricardo Gareca não o convocou.
“Há sempre a esperança de estar na seleção, mas o que o treinador disse deve ser respeitado”, afirmou ‘El Rey Arturo’ após a divulgação de uma lista provisória em que o seu nome não aparecia.
Ao contrário do atual volante do Colo Colo e do feroz defensor Gary Medel (36 anos), também deixado de fora por Gareca, outros jogadores emblemáticos da ‘geração de ouro’ chilena fazem parte do elenco.
É o caso do atacante Eduardo Vargas, de 34 anos, do lateral Mauricio Isla, de 36, e do goleiro Claudio Bravo, de 41.
A Copa América dos Estados Unidos pode ser a despedida dos últimos jogadores chilenos que ergueram a taça do torneio nas edições de 2015 e 2016, assim como de um homem muito combativo que sempre saiu de mãos vazias com sua seleção: o meio-campista venezuelano Tomás Rincón, de 36 anos.