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Um craque pode decidir um jogo a qualquer momento e, quando em grande fase, é o catalisador de um time campeão. Arrascaeta é esse jogador no Flamengo. Quem tira um coelho da cartola quando a equipe mais precisa, e garante resultados quando o desempenho não é bom. Nos últimos jogos, contudo, o uruguaio parece estar vivendo o oposto.
Sem participar de gol há oito partidas, Arrascaeta teve uma queda de rendimento nítida, que coincidiu, justamente, com a oscilação do Flamengo depois de um grande início de temporada. Os problemas não aparecem só com a bola no pé, já que a parte física, tão celebrada em fevereiro e março, também caiu. Como o próprio Tite disse, na coletiva após a derrota para o Botafogo, é hora de dar um passo atrás.
A comparação entre o início de 2024 e o mês de abril
O início de ano de Arrascaeta pelo Flamengo foi interessante demais, e a Trivela produziu uma matéria com os números do atleta. Foram oito participações diretas — três gols e cinco assistências —, a segunda maior marca da equipe, atrás apenas do artilheiro Pedro. Não à toa, o uruguaio foi eleito o principal jogador do Campeonato Carioca.
Depois de conceder bela assistência para Pedro no jogo de ida da semifinal do Carioca, tudo parecia caminhar bem. Arrascaeta foi convocado pela Seleção Uruguaia para a Data Fifa e participou de 45 minutos do amistoso contra a Costa do Marfim. Desde então, o camisa 14 foi perdendo o protagonismo, e não voltou a marcar.
Claro que não devemos nos atentar apenas para as estatísticas de participação direita. Na estreia da Libertadores, contra o Millonarios, por exemplo, Arrascaeta sofreu o pênalti convertido por Pedro, o único gol do Flamengo no jogo. Ainda que eficiente, concedendo 13 passes decisivos, o uruguaio não conseguia mais ser tão efetivo quanto anteriormente.
Parte física também cai
A queda de rendimento pode ter a ver, claro, com o desempenho físico abaixo do esperado. Arrascaeta iniciou o ano na ponta dos cascos, elogiado internamente, pelo Departamento de Saúde e Alto Rendimento, mas abril veio para quebrar a boa sequência. Um dos mais utilizados por Tite na temporada, o meia começou a ter que ser preservado e apresentar desgaste.
18 jogos (terceira maior marca do Flamengo em 2024);
1429 minutos (entre as cinco maiores marcas do Flamengo em 2024);
79 minutos por partida jogada.
Arrascaeta precisou ser poupado de duas partidas só neste mês, contra São Paulo, pelo Brasileirão, e Bolívar, pela Libertadores. Fora isso, esteve em campo os 90 minutos em três jogos, diante de Millonarios, Atlético Goianiense e Palmeiras. A preocupação de Tite com uma possível lesão do craque uruguaio era nítida e não seria em vão.
— Hoje, tivemos que tirar o Arrascaeta. Você acha que eu quero tirar o Arrascaeta? Eu fico aqui com… ‘Ah, tirou o (camisa) 10 do time. Eu fico aqui exposto por tirar (Arrascaeta), mas não dá… Vou estourar o cara nessa sequência de jogos? Agora (depois do jogo) é fácil. Mas e antes para tirar o 10? — analisou, após a vitória sobre o São Paulo.
O grande medo de Tite apareceu neste domingo (28), na derrota diante do Botafogo. Mesmo tendo sido poupado de duas das últimas três partidas, Arrascaeta sentiu um incômodo na coxa direita e será reavaliado amanhã no Ninho do Urubu. Se for constatada a lesão, o Flamengo perderá sua grande referência técnica para maio, um mês importante neste início de temporada.
Arrascaeta é fundamental para o Flamengo
Não resta dúvida que Arrascaeta funciona como uma espécie de cérebro para o Flamengo. Normalmente, quando o uruguaio não está bem, o time carece de criatividade. Por isso é tão importante que ele esteja preservado fisicamente, para poder desfilar seu melhor futebol dentro das quatro linhas, algo que cativa, também, a torcida rubro-negra.
O próximo desafio do Flamengo, com ou sem Arrascaeta, será nesta quarta-feira (01), diante do Amazonas, pela terceira fase da Copa do Brasil. A estreia de Tite e companhia no mata-mata nacional será realizada no Maracanã, a partir das 21h30 (de Brasília).