Eduardo Muniz | Grêmio FBPA
O Grêmio tem utilizado as instalações do Corinthians, em São Paulo, por conta da tragédia ocorrida após as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, para se preparar para os futuros compromissos pela CONMEBOL Libertadores e no Campeonato Brasileiro.
Nesta sexta-feira (24), Renato Gaúcho, treinador, e o presidente Alberto Guerra, concederam entrevista coletiva no CT Joaquim Grava e falaram sobre o momento do clube. Durante uma das respostas, o próprio técnico se emocionou ao falar sobre o ocorrido no Rio Grande do Sul.
“Está sendo muito difícil na parte psicológica. Eles têm treinado, com a cabeça aqui, mas sempre na preocupação com nosso povo, com a família, a maioria tirou a família de lá, a saudade é imensa. Pudemos ver que a chuva voltou…o cenário nessa parte é muito ruim”.
“Tenho visto algumas pessoas falar que eu estou tentando desviar o foco. Desviar o foco do que? Não sei por que as pessoas têm essa mente. Nosso povo está sofrendo, vivendo uma catástrofe, agradeço mais uma vez o povo brasileiro, é só se colocar no lugar de um dos gaúchos, se colocar no nosso lugar”.
Renato ainda aproveitou para voltar a bater na tecla da desigualdade em campo, uma vez que o Grêmio está apenas treinando, enquanto os rivais seguem mantendo o ritmo de jogo. Para o técnico, o principal impacto causado nos atletas é psicológico.
“Na próxima quarta, temos uma decisão na Libertadores, no sábado uma decisão no Brasileiro, na terça decisão na Libertadores e no sábado mais uma decisão. Queria saber como eu estou desviando o foco”.
“O Grêmio vai ser prejudicado. Nós estamos há praticamente um mês sem jogar, a desigualdade é muito grande. Eu tenho falado com o presidente, mas a cabeça dos atletas está muito ruim. Somente quem está vendo de perto sabe o sofrimento que o povo tem passado”, disse Renato com lágrimas nos olhos.
O presidente Alberto Guerra foi na mesma linha do treinador e disse que o “equilíbrio” do Campeonato Brasileiro “foi para o espaço”, uma vez que o Grêmio não deverá contar com a Arena pelo menos pelos próximos três meses, o que fará com que o Imortal não atue em casa em grande parte da competição.
“Vamos discutir os prejuízos dos clubes gaúchos no conselho técnico da CBF, não vamos fazer pedidos individuais, estamos tratando deste assunto com o Inter, essa conversa de não rebaixamento veio de outros clubes”.
“Mas, os pontos corridos parte do princípio de um equilíbrio técnico, mas isso foi para o espaço. Sendo muito otimista, poderia falar em 90 dias para usarmos nossos espaços. Aí é questão de pegar as estatísticas e ver o percentual de desempenho fora de casa”.
“Tenho conversado com FGF, Internacional, Juventude, chegar com algo concreto e conversar com os demais clubes, saber o que eles pensam. As decisões precisam ser unânimes e com 20 clubes não será fácil”, finalizou o mandatário do Grêmio.
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