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Lutas

Rondinha de BH: brasileira que estreia no UFC começou a lutar na sede da Galoucura e ‘enlouqueceu’ Dana White

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Chris Unger/Getty Images

Neste sábado (10), em Las Vegas, o card preliminar do UFC Vegas 95 promoverá a estreia de mais um nome na principal organização de MMA do mundo. E que possui ligação com uma das lendas que já pisaram no octógono do Ultimate: a ex-campeã Ronda Rousey.

Nascida na periferia de Belo Horizonte, Stephanie Luciano, ou “Rondinha de BH”, disputará a sua primeira luta como contratada pelo UFC e enfrentará outra brasileira, Talita Alencar, que encarou no reality show Contender Series, promovido por Dana White.

Aos 24 anos, Rondinha foi campeã no Jungle Fight e agora tenta se destacar no UFC, organização em que sempre sonhou em lutar. E depois de um “no contest” contra Talita no reality, ela agora quer uma estreia no peso-palha feminino com o pé direito – e quem sabe até com um nocaute.

Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, Stephanie falou sobre a expectativa para a estreia no UFC, contou a história sobre o apelido e disse como se sentiu após ser elogiada por Dana White, que a comparou simplesmente a Conor McGregor e Sean O’Malley.

“É uma pressão a mais (elogio do Dana), mas eu adorei ter escutado isso dele. Coloquei até no meu Instagram ‘uma garota especial’. É isso que eu quero mostrar aqui, que eu amo fazer isso, amo lutar, então vocês sempre verão uma Rondinha melhor, mais agressiva no octógono. A minha expectativa é essa, chegar ali e me divertir, soltar tudo o que eu treinei e dar o meu melhor”, disse.

“Eu faço isso desde sempre, comecei com 13 anos e comecei nos eventos menores, fui crescendo e evoluindo, então para mim isso só é parte do processo. A parte final era estar no UFC, agora estamos dentro, então estou muito feliz de estar aqui, era o meu maior sonho, então estou me sentindo em casa. Para mim é confortável lutar dentro do octógono, eu não me importo com o público, com o evento, sei que tudo isso faz parte do show. O que tenho que mostrar lá dentro é o que eu treinei, o que a minha equipe fez, então estou realmente me sentindo em casa.”

Rondinha também falou sobre o seu lado torcedora, já que tem o Atlético-MG como clube do coração. E foi através do Galo, inclusive, que ela começou no mundo das lutas, treinando em um dos projetos sociais da Galoucura, principal torcida organizada do Galo.

“O meu mestre César ‘Gordin’ foi um dos presidentes da Galoucura, e eles estão sempre fazendo projetos sociais. Tem projeto social de luta, de futebol, e vindo da periferia, o projeto social foi fundamental para mim. A Galocurua me ajudou muito nessa caminhada, tive a sorte de ter o ‘Gordin’ na equipe. Só agradecer à Galoucura, ao Galo, que me ajudaram muito na minha caminhada”, disse.

“Eu comecei a treinar na sede da Galoucura, a minha equipe era na sede, então sou Galo Doido na veia. Amo ir no estádio ver o Galo, sempre com emoção, não tem jeito. É um time que está no meu coração, ser atleticana para mim é incrível, sou apaixonada pelo Galo, vou sempre representá-lo. No meu cinturão no Jungle Fight eu estava com o boné, com a blusa, faço sempre questão de estar mostrando o Galo e está sendo ótimo porque agora o Atlético-MG está me vendo, está vendo que eu represento o Galão na luta, então tenho certeza que vai vir coisa boa pela frente”, prosseguiu, revelando que tem os seus ídolos dentro do clube.

“O Bruxo (Ronaldinho) não tem jeito, tem o Hulk também, Arana, os caras são muito f***. Estamos com um time sinistro no Galão.”

Sobre o apelido, a lutadora disse que, quando começou no MMA, Ronda estava se aposentando do UFC, mas que admira muito a norte-americana. E que também possui outras referências no octógono.

“A Ronda, no ano que eu comecei a lutar MMA ela aposentou, então foi a última luta que eu assisti dela, lógico que eu conheço toda a história, sei que ela foi fundamental para o MMA feminino, acho ela f*** demais, porém, depois quando eu comecei no MMA teve outras mulheres que eu me inspirei. Muita gente fala que a gente é parecida e tudo mais, mas o apelido é mesmo carinhoso. A gente nem tem a mesma postura no octógono, ela é judoca, eu sou do strike, é bem diferente. Mas eu amo esse apelido, eu ganhei muito novinha, então às vezes eu estou no treino, alguém me chama de Stephanie, e eu ‘como assim? Eu nem sei que nome é esse?’ Eu já me acostumei com o nome, com esse carinho que todo mundo tem comigo, com o Rondinha, mas agora acho que me inspiro em outras mulheres. A Ronda é f*** demais, não tem o que falar, mas eu acho que eu agora tenho outras mulheres de inspiração. (Minhas referências de hoje são) Amanda Nunes, Luana Pinheiro, Norma Dumont, Rose Namajunas, que eu sou apaixonada.”

Por último, a brasileira falou sobre o seu reencontro com Talita Alencar no octógono, agora em uma luta para valer, e sobre o que os fãs de MMA podem esperar dela na organização.

“A expectativa está muito boa, o Contender Series é uma pressão a mais, é a entrevista de emprego mais tensa do mundo (risos), mas agora estamos contratadas, então a energia está ótima, estou feliz de estar lutando no UFC. A minha expectativa é de entrar no octógono e dar show. Talita Alencar vs Stephanie ‘Rondinha’ II, é uma luta que eu queia muito. A gente fica naquela sensação de não ter ganho e não ter perdido, o empate deixa essa sensação, então ter essa oportunidade de estar lutando com ela de novo é surreal, incrível, vai ser muito bom para mim. A primeira luta poderia ter acabado no último round com um nocautão, então vamos buscá-lo dessa vez, a expectativa é dela sentir a minha mão”, disse.

“Cada luta minha eu consigo ver uma Rondinha diferente, eu estou sempre querendo mais, melhorar mais. Podem esperar sempre uma Rondinha evoluída, mais forte tecnicamente. Para essa luta fizemos um camp sensacional, estou gigante, forte para caramba. Na minha última luta eu mostrei gás, e gás com força vai ser difícil para a Talita. A minha expectativa é ir subindo, ganhando de meninas duras, evoluindo, subindo degrau por degrau, primeiro quero conquistar o ranking, depois ir pegando as meninas que estão acima e evoluindo sempre. Essa é a palavra que eu gosto de usar, se a gente não evolui a gente não sobe. A minha meta é estar sempre melhor a cada luta e ser uma Rondinha muito mais agressiva, muito mais assassina em cada luta”, finalizou.

ESPN

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