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Rubão menciona ‘crime organizado’ no Corinthians e prevê a queda de Augusto Melo: ‘Se o Conselho não tirar, a Justiça tira’

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Ettore Chiereguini/AGIF Ettore Chiereguini/AGIF

Rubão, ex-diretor de futebol do Corinthians, prestou depoimento no DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (8). Em contato com a imprensa, o ex-dirigente revelou que teme o “crime organizado” que está se instalando no clube e atacou o presidente Augusto Melo, o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura e o diretor administrativo Marcelo Mariano por conta dos possíveis crimes relacionados ao contrato de patrocínio entre a agremiação e a casa de apostas VaideBet.

“Me fizeram as perguntas sobre a VaideBet, se tinha intermediário, eu falei que não, que nunca teve intermediário. O (Alex) Cassundé confirmou que nunca teve intermediário. A instituição é vítima, o Corinthians é vítima, não os seus dirigentes. VaideBet, Augusto, Sérgio e Marcelinho estão mais enrolados do que fumo de corda. A justiça vai prevalecer”, disse Rubão, que voltou a fazer coro para a saída de Augusto Melo da presidência do clube.

“Minha grande preocupação é o crime organizado se instalando no Corinthians. Isso é preocupante. O Corinthians é um clube familiar e temos que tomar cuidado com isso, a instituição está acima de tudo, qualquer vaidade. É uma pena. Se o Conselho não tirar o Augusto, a Justiça tira”, complementou.

Ainda em relação a um possível impeachment de Augusto, Rubão afirmou que existe “um novo grupo político” para ajudar a tirar o Corinthians da crise, refutando a ideia de que a chapa Renovação e Transparência voltaria ao poder em caso de saída do atual presidente.

“Precisamos acabar com essa conversa que se tirar o Augusto vai voltar a Renovação e Transparência. Não é assim. Não existe só dois lados. O Corinthians tem 300 conselheiros, está se formando um novo grupo político para ajudar o clube a sair dessa crise. O Corinthians está sangrando, sangrando, sangrando, e essas pessoas só estão pensando nelas”, finalizou.

Relembre o caso

No dia 20 de maio, foi divulgado um suposto esquema de “laranja” ligado ao intermediário que firmou o contrato entre VaideBet e Corinthians.

No dia 18 de março de 2024, a empresa Rede Social Media Design Ltda teria recebido um pagamento de R$ 700 mil do Corinthians, com o qual sua conta bancária passou a ter saldo positivo de R$ 697.270.73. Alguns dias depois a conta foi reabastecida com a mesma quantia.

Uma semana depois, a Rede Social Media Design Ltda fez um pagamento de R$ 580 mil à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Um dia depois desta transação, a Rede Social teria feito mais uma transferência a Neoway, desta vez no valor de R$ 462 mil.

A Rede Social foi a responsável pela intermediação do acordo entre VaideBet e Corinthians. A Neoway é uma empresa que teria como sócia uma mulher residente de Peruíbe, Edna Oliveira dos Santos. A sede da Neoway tem como endereço a Avenida Paulista, 171, 4º andar. Porém, segundo a recepcionista do local, ninguém vinculado à empresa já frequentou o local.

A grande questão é que a Rede Social pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que participou da campanha eleitoral de Augusto Melo para ser presidente do clube, no final de 2023. Cassundé é conhecido do ex-superintendente de marketing do Timão, Sérgio Moura.

As transações de R$ 700 mil reais foram feitas sem o conhecimento do diretor financeiro Rozallah Santoro, que naquele momento não se encontrava no Parque São Jorge, pois estava em viagem. Sem a presença de Santoro, o diretor administrativo Marcelo Mariano autorizou os pagamentos alegando que a Rede Social já havia emitido notas fiscais e teria arcado com os impostos.

Edna Oliveira dos Santos, sócia-majoritária da Neoway, é moradora de uma casa simples em Peruíbe e desconhece a empresa, da qual seria dona. Além disso, Edna desconhece Cassundé.

No dia 27 de maio, a VaideBet enviou uma notificação extrajudicial ao clube, acenando com a possibilidade de rescindir o vínculo, inicialmente previsto até o final do mandato de Augusto Melo. No documento, a empresa expôs sua insatisfação ao time do Parque São Jorge com as notícias veiculadas na imprensa sobre a parceria.

A casa de apostas deu um prazo de dez dias para que o clube prestasse explicações e apresentasse soluções. Sem ter o retorno esperado, a VaideBet exerceu a cláusula de anticorrupção, contida no contrato de patrocínio, e rescindiu o acordo.

O Corinthians corre o risco de ter de arcar com a multa de 10% do valor a ser cumprido do contrato. Isso porque há uma cláusula nele que determina este pagamento pela “parte que der causa à rescisão”.

O clube, porém, alega que não responde por terceiros e contesta a ruptura, cobrando da VaideBet uma suposta dívida avaliada em R$ 6,3 milhões, referente um saldo contratual. O Timão entende que a companhia segue usando a imagem da agremiação mesmo com o fim do vínculo.

ESPN

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