(Fotos: Daniel Duarte e Nelson Almeida/AFP)
O Brasil visitou e perdeu de 1 a 0 para o Paraguai nesta terça-feira (10), pela oitava rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo, em Assunção. Os donos da casa abriram o placar no primeiro tempo com golaço de Diego Gómez. Resultado marcou a primeira derrota de Dorival Júnior à frente da Seleção Brasileira.
Depois de mais uma partida frustrante e uma campanha batendo uma série de marcas negativas, começaram os questionamentos ao trabalho de Dorival. A derrota para o Paraguai era a última coisa que o técnico precisava depois de uma Copa América abaixo das expectativas, mas o desempenho do Brasil parece piorar a cada jogo.
Com a saída de Tite após a Copa do Mundo, a Seleção perdeu tempo e partidas preciosas em busca de um novo comandante. Desde então, foram três técnicos diferentes, além de especulações sobre a vinda de Carlo Ancelotti. Ramón Menezes, como interino, foi o primeiro a assumir o barco desgovernado. Em três jogos amistosos, foram duas derrotas (Marrocos e Senegal) e uma vitória (Guiné).
Depois de expectativas frustradas e sem Ancelotti, Fernando Diniz foi mais um a tentar colocar o Brasil nos trilhos, ao mesmo tempo em que comandava o Fluminense. Até começou com goleada, mas o desempenho foi caindo e o calo foi apertando. Foram seis jogos: 2 vitórias, 1 empate e 3 derrotas.
A situação da Seleção já começava a preocupar nas Eliminatórias. Aí entrou Dorival Júnior, que deixou o São Paulo após ser campeão da Copa do Brasil, e assumiu a Seleção. Vindo de bons trabalhos no Flamengo e no Tricolor Paulista, os primeiros jogos chegaram a empolgar a torcida. Venceu a Inglaterra com gol de Endrick no amistoso e parecia que a Seleção tinha voltado a empolgar os torcedores. O mesmo aconteceu no empate heroico contra a Espanha, atual campeã europeia, na partida seguinte.
Dorival Júnior e Tite chegam em momentos parecidos e no mesmo período. Dois anos após a Copa do Mundo e no meio das Eliminatórias. O atual técnico do Flamengo chegou como uma unanimidade entre os torcedores, e assumiu depois de Dunga, que esteve à frente da Seleção por seis jogos (assim como Fernando Diniz).
As coincidências não param por aí. Ambos estrearam pelas Eliminatórias na sétima rodada e enfrentaram o Equador em suas primeiras partidas pela competição. A diferença está no resultado. Tite triunfou por 3 a 0. Veja o desempenho de Tite nas Eliminatórias para a Copa de 2018:
- 8 jogos
- 8 vitórias
- 23 gols marcados
- 2 gols sofridos
Por fim, a equipe de Tite foi a primeira a garantir sua vaga na Copa da Rússia em 2018 e terminou a classificatória em primeiro lugar, com 41 pontos, dez a mais que o Uruguai, vice-líder.
Dorival completou 10 jogos no comando do Brasil, entre amistosos e Copa América. A trajetória pelas Eliminatórias acabou de começar, e ainda há muito caminho para percorrer. Veja o desempenho até aqui:
- 10 jogos
- 4 vitórias
- 5 empates
- 1 derrota
- 56,67% de aproveitamento
Apesar de algumas semelhanças, a Seleção do ex-técnico desempenha com uma esmagadora diferença. Em seis anos à frente do Brasil, Tite consegue contar nos dedos o número de derrotas: seis. O problema, é que todas elas foram em partidas decisivas. Confira os números completos:
- 81 jogos
- 60 vitórias
- 15 empates
- seis derrotas
- Campeão da Copa América 2019
- Vice da Copa América 2021
- 80,02% de aproveitamento
A expectativa fica para os próximos confrontos. Com trocas de técnicos e lesões de jogadores importantes, agora, é apostar no tempo para que o Brasil consiga conquistar a vaga para a Copa do Mundo 2026, e assim, Dorival cumprir com sua promessa de chegar à final.