Giuseppe Cottini/Getty Images
Zagueiro do Manchester United, Raphael Varane afirmou sofrer os efeitos de concussões durante a carreira. O problema, segundo o jogador, vem pelas recorrentes cabeçadas e choques durante as partidas.
Aos 30 anos, o zagueiro disse ao jornal francês L’Equipe que disputou vários jogos pelo clube e pela seleção enquanto lidava com os efeitos de lesões na cabeça e quer aumentar a conscientização sobre o que considera ser uma questão subvalorizada no futebol moderno.
“A primeira vez que ouvi falar [de microconcussões] foi nesta temporada, quando especialistas vieram conversar conosco sobre isso. Muitas vezes, como jogador, não entendemos e nem pensamos em fazer um teste”, começou por dizer o francês.
“No início desta temporada, cabeceei várias vezes durante uma partida pelo Manchester United e me senti cansado nos dias seguintes de maneira anormal, além de sentir um pouco a visão cansada. Relatei isso à equipe médica, que me recomendou que eu não jogasse. Também fiz um teste que me deixou fora da partida seguinte”, completou.
O problema fez Varane aumentar a conscientização sobre as concussões e ser um dos atletas a levantar a bandeira da causa para alertar outros jogadores sobre a gravidade.
“Como jogadores de futebol que jogam ao mais alto nível, estamos habituados à dor, somos um pouco como soldados, durões, símbolos de força física, mas estes sintomas são quase invisíveis. Se sua perna dói e você manca, todo mundo vê. Mas com ferimentos na cabeça, imediatamente fica fraco dizer que você está cansado, que tem enxaqueca ou fadiga ocular. Então, no início, dizemos a nós mesmos que isso vai passar.”
O zagueiro francês revelou que mudanças precisam ser feitas no futebol para garantir que os atletas não sejam expostos a tantos traumas na cabeça.
“Mesmo que não cause trauma imediato, sabemos que, a longo prazo, choques repetidos podem ter efeitos prejudiciais. Não sei se viverei até os 100 anos, mas sei que danifiquei meu corpo.”