Ana Sátila está tendo uma participação histórica na canoagem slalom dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Ela ficou em quarto lugar no caiaque e em quinto na canoa, obtendo os dois melhores resultados do país nessas duas provas. Mesmo com a frustração dos “quase” pódios, a canoísta se mostrou orgulhosa com os desempenhos e a sua trajetória na capital francesa até aqui.
“Hoje, a única coisa que eu posso falar é que estou muito orgulhosa de tudo que eu tenho feito. O que eu podia dar todos os dias pra chegar até aqui, pra estar no meu melhor e na minha melhor forma, eu dei. Eu estava bem preparada para essa competição”, falou a atleta em entrevista aos jornalistas logo após a final do C1, que aconteceu nesta quarta-feira.
Ana foi a oitava atleta a realizar sua descida na final do K1 e marcou o tempo de 100s69. Ela chegou a aparecer em segundo lugar, restando quatro atletas para realizarem suas participações, mas foi ultrapassada por duas delas e acabou na quarta colocação. Já no C1, a mineira tocou em uma das portas logo no começo da descida e perdeu velocidade na sequência, terminando em quinto lugar com 112s70.
“É muito difícil. Eu ainda não tive tempo de analisar tudo desde o primeiro dia, principalmente o caiaque que eu fiquei tão perto, hoje de novo. Estou vivendo dia após dia, estou entregando o meu máximo, tentando me preparar até o último dia de competição. Eu acho que só quando acabar tudo é que vai vir à tona tudo o que aconteceu, os resultados”, falou Ana sobre seu psicológico pelas duas ‘batidas na trave’.
Aprendendo a ganhar
Ana Sátila já pode ser considerada a maior atleta da história da canoagem slalom brasileira. Aos 28 anos de idade, ela acumula quatro participações em Olimpíadas, com três finais (obtendo dois top-5). Ela tem três medalhas em Mundiais (uma de cada cor) e 16 medalhas em etapas Copas do Mundo, sendo uma prata e um bronze nesta temporada. Com tudo isso, a brasileira está consolidada entre as melhores do mundo e “se acostumando” com o caminho das vitórias.
“A gente já evoluiu muito para chegar até aqui, está sempre lá na final, está sempre lutando por medalha. Já conquistei duas medalhas essa temporada, estou dando um trabalhão para as meninas. Acho que é saber ganhar. Uma pessoa em dia do COB me falou isso, que eu tenho que aprender a ganhar, que eu tenho que me sentir bem no pódio, então eu acho que agora é questão de tempo e de muito trabalho para chegar lá e sentir que eu pertenço nesse lugar”, disse.
Ana Sátila ainda tem chances de conquistar uma inédita medalha olímpica para a canoagem slalom brasileira. Ela disputará a prova do caiaque cross, que faz sua estreia no programa olímpico em Paris-2024. A disputa começará na sexta-feira, com as tomadas de tempo. As finais estão programadas para acontecer em 5 de agosto.