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A opinião de Vini Jr., atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira, de que a Espanha não poderia sediar a Copa do Mundo de 2030 enquanto a questão racial não evoluísse no país foi mal recebida no país europeu. Além do prefeito de Madri ter respondido o brasileiro nos últimos dias, o companheiro de time, Dani Carvajal, foi mais um a rebater a fala.
Junto do elenco atual campeão da Eurocopa, o defensor respondeu às perguntas na coletiva de imprensa antes da partida contra a Sérvia, nesta quinta (5). Ele foi questionado sobre a fala recente do atacante e prontamente respondeu.
-Não há dúvidas de que a Espanha não é um país racista. Desde pequeno cresci com várias nacionalidades no meu bairro, em Leganés. Só quero lembrar que somos totalmente contra qualquer situação racista nos estádios. Sei o que o Vini sofre e o apoiamos interna e publicamente. Creio que a La Liga está melhorando e criando protocolos para que esses energúmenos não possam voltar a eventos esportivos. Com exceção dessas pessoas, não acho que a Espanha não mereça organizar uma Copa.
O treinador Luis de la Fuente seguiu a mesma linha do capitão espanhol e admitiu a existência de casos isolados, mas afirmou que o país não vive a realidade retratada por Vini.
-Rapidamente: a Espanha não é racista, é um exemplo de convivência, respeito e integração. Sempre há algo indesejável, é claro, mas insisto: a Espanha não é racista, é um exemplo que muitos países devem seguir. Com Marrocos e Portugal, a Copa será um evento único.
Principal astro do Real Madrid nas últimas temporadas, Vini Jr. vem sendo alvo de ofensas racistas no país europeu no decorrer dos últimos anos. Nesta semana, o atacante fez um apelo para que a Espanha não fosse casa da Copa do Mundo em 2030 enquanto não houvesse evolução da questão.
A Copa do Mundo de 2030 tem três sedes definidas: Espanha, Portugal e Marrocos. A abertura da competição, entretanto, será feita no Uruguai, em homenagem à primeira edição da competição.
Vini Jr. é um símbolo de antirracismo em solo espanhol. Em junho deste ano, três torcedores do Valencia foram condenados a uma pena inédita: oito meses de prisão por conta de atos racistas contra o brasileiro durante um jogo no Mestalla, em 2023.