(foto: Reprodução/Adidas (site) e domínio público)
Marca alemã de materiais esportivos, a Adidas vetou a personalização das camisas da Seleção da Alemanha com o número 44. O motivo? A similaridade da tipografia da fonte com a sigla SS, abreviação de Schutzstaffel (Esquadrão de proteção, em português), organização paramilitar que atuava no país na época do nazismo e foi diretamente responsável pelo Holocausto.
“Iremos bloquear o número 44 o mais rápido possível. Pessoas de cerca de 100 nações trabalham na Adidas, nossa companhia defende a promoção à diversidade e inclusão, e como companhia nos ativamente fazemos campanhas contra xenofobia, antissemitismo, violência e ódio em todas as formas. Qualquer tentativa de promover visões separatistas ou exclusivas não são parte dos nossos agiotes como marca e nos firmemente rejeitamos qualquer sugestão de que essa fosse a nossa intenção. Nossa companhia defende a promoção da diversidade e inclusão” Oliver Brüggen, porta voz da Adidas
Entenda a importância da SS na Alemanha Nazista
Pouco depois de assumir o cargo de chanceler (chefe de governo, à época) da Alemanha, em 1933, Hitler elevou a Schutzstaffel de organização paramilitar a polícia paralela do Estado.
A partir daí, a SS, criada pelo Partido Nazista em 1923, passou a ter papel decisivo no país. A instituição era responsável pelo controle da população, pela perseguição (e assassinato) de opositores e pela aplicação das doutrinas nazistas de “purificação de raça”, coordenando assassinatos em massa de judeus, ciganos, homossexuais e integrantes de várias minorias sociais.
A Schutzstaffel comandava os campos de concentração e extermínio da Alemanha Nazista, e, portanto, foi uma das principais executoras do Holocausto. Na Segunda Guerra Mundial, a “polícia paralela” se expandiu para além das dependências da Alemanha, e atuou nos territórios ocupados pela ditadura de Hitler durante os conflitos: parte da União Soviética, parte da Noruega, da Grécia e da França.
Em 1945, com o colapso do regime de Hitler, a SS foi dissolvida. No ano seguinte, Ernst Kaltenbrunner, principal líder da organização, foi condenado à morte após os Julgamentos de Nuremberg, organizados para julgar oficiais da Alemanha Nazista, o considerarem culpado de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Ele foi executado no mesmo ano.