Fernando Diniz fechou a entrevista coletiva deste sábado (20) com um desabafo sobre a situação dos técnicos brasileiros e o espaço dado aos estrangeiros nos últimos anos.
Após a vitória do Fluminense sobre o Vasco, no Maracanã, Diniz avaliou a demissão de Thiago Carpini no São Paulo como “ridícula”, reclamou da “moda” de se contratar apenas treinadores de fora e citou profissionais do Brasil que mereciam mais espaço no mercado.
“Vocês [jornalistas] são os que mais batem em treinadores. Vai vir um monte de treinador estrangeiro e aqui a moda é o seguinte: vai vir, não vai ganhar e vai ser mandado embora. Quantos treinadores estrangeiros o Botafogo já teve? E o Cruzeiro? Mesmo processo, o cara vem e perde… Achei ridículo o que aconteceu com o Carpini e também com os estrangeiros. Não é o brasileiro que não serve, ninguém serve. Só se ganhar”, desabafou Diniz, que continuou a resposta.
“O Abel não está aí há um monte de tempo porque é bom. Ele é bom mesmo, mas só está aí porque ganhou. E teve momentos que se não ganha uma ou outra Libertadores, tinha uma pressão e poderia ter algo diferente. Tem um monte de treinador brasileiro bom. Mas tem menos tempo. O Roger Machado, que é um excelente treinador, ficou um tempão fora do mercado. Zé Ricardo, Barroca, Vagner Mancini, todo mundo é bom treinador. Agora, a gente acha que só é bom quem ganha”, criticou o comandante tricolor.
Diniz ainda citou o caso de Bruno Lage, que em sua visão é um profissional de currículo vitorioso, mas que não teve tempo de implementar suas ideias. Ao contrário de Jorge Jesus, outro lembrado pelo técnico do Fluminense pelo trabalho de sucesso realizado no Flamengo.
“O que veio para o Botafogo, Bruno Lage, é um excelente treinador. Tem mais currículo que muito treinador aqui. Mas entrou no meio da confusão, campeonato é difícil, não respeita muito o processo, perde e é mandado embora. Quem é bom? Jorge Jesus que é bom, porque ganhou um monte aqui. Mas quando voltou para o Benfica, foi mandado embora, agora está na Arábia Saudita. A gente não avalia conteúdo”.
O último estrangeiro a assumir um time da elite nacional foi o argentino Gabriel Milito, que herdou o emprego de Luiz Felipe Scolari no Atlético-MG. Luis Zubeldía será o próximo, assim que assinar contrato para dirigir o São Paulo na vaga de Carpini.